23/02/2021 às 15h55
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Marquinhos
Peixoto de Azevedo / MT
Toneladas de grãos estão se perdendo nos caminhões parados nas filas que se formam no trecho da BR-158, entre Mato Grosso e Pará, por causa dos atoleiros. As péssimas condições da rodovia causam prejuízos a empresários, caminhoneiros e produtores de soja do estado.
Desde que as chuvas se intensificaram, a BR-158 está com filas de caminhões carregados de soja. A rodovia tem 800 km em Mato Grosso. Desses, 120 não são asfaltados porque passam em terra indígenas.
O Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) fez o projeto de construção de uma nova rota, contornando a área protegida. Já foi feita a licitação de um trecho, e tem estudos para o outro trecho, mas depende ainda de recursos disponíveis no orçamento.
"Uma vergonha para Mato Grosso e para o Brasil. A gente precisa de menos conversa, menos promessa e mais atitude em relação a esse trecho sem pavimentação", diz um produtor rural.
A rodovia federal é um dos principais corredores do transporte de grãos de Mato Grosso até os portos do Pará.
A lentidão causada pelas más condições da estrada provocou um congestionamento que já dura uma semana no Porto de Miritituba , no Pará.
Mato Grosso é o maior produtor de soja do país. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o estado é responsável pela produção de 35,4 milhões de toneladas das 133,81 milhões de toneladas que o país deve produzir neste ano.
Além da rodovia federal, as estradas estaduais também tem atoleiros que dificultam o escoamento da produção.
Os agricultores e os caminhoneiros se revezam na tarefa de liberar caminhões que passam pela MT-322.
O problema que se arrasta há anos não acompanha o avanço da produção agrícola. A colheita de soja e o plantio de milho ocorrem ao mesmo tempo, mas quando esbarram na infraestrutura o resultado é de perda.
Um produtor relata que caminhões estão parados há cinco dias na estrada e enquanto isso os grãos estão tomando chuva.
O pátio de uma indústria de óleo e farelo de soja, em Porto Alegre do Norte (MT) está com 50 caminhões parados, o que, de acordo com o empresário Ernando Cardoso, gera prejuízo diaria de R$ 1, 5 milhão.
Os caminhões estão carregados de produto para levar pros clientes da indústria e não pode trafegar e a empresa deixa de faturar porque não consegue entregar o produto e o prejuízo maior ainda é quando o cliente cancela o contrato porque não recebe o produto.
A indústria fica ao lado da BR-158 no nordeste do estado.
O Dnit informou que enviou equipes para o trecho sem asfalto da BR-158 para ajudar a desatolar os caminhões. Como essa parte da rodovia não pode ser pavimentada vai fazer dois desvios.
Segundo o governo de mato grosso, o estado enviou reforços há dois dias para ajudar a desatolar caminhões na MT-322 - que a gente viu no começo da reportagem - e ela está entre as estradas que vão ser beneficiadas por um pacote de infraestrutura apresentado nesta semana.
FONTE: FOLHAMAX
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